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sábado, 16 de novembro de 2013

Uma cena política lamarosa

Já choveu este outono, mas nos últimos dias o sol tem sido insistente: breve e luminoso. Contudo, a política em Portugal está atolada naquela lama viscosa que, presume-se, não desgrudará facilmente.

Portugal encontra-se sob um programa de assistência financeira (somos resgatados) o qual é, supostamente, é também um programa de ajustamento económico. A economia não é uma ciência exacta; está marcada ideologicamente e Portugal segue as orientações preponderantes na europa e no mundo ocidental. O ajustamento está a fazer-se à custa da desvalorização do trabalho e o pagamento da dívida pública segue as virtualidades das políticas de restrição financeira procurando encontrar um ponto de equilíbrio em torno de taxas de procura mais baixas.

Os portugueses não identificaram alternativas políticas, viáveis no contexto da união europeia, ao governo e ao presidente da república. Quem está contra a corrente predominante apela ao tribunal constitucional da república portuguesa. Os sindicatos da confederação geral dos trabalhadores portugueses organizam-se e mobilizam-se, mas em torno de tácticas e procedimentos que não produzem o efeito pretendido.

Os portugueses têm mais 2 a 3 anos de austeridade dura pela frente que lhes amputará, definitivamente, o esquálido estado social que o estado novo, o 25 de abril, a integração europeia, o bloco central e a constituição lhes trouxeram.

O desemprego, a emigração, a desertificação do interior e uma taxa de natalidade muito baixa ameaçam atirar o país para a insustentabilidade demográfica e social. 

Mas afinal, o que estão a discutir os nossos políticos na assembleia da república? um orçamento para o próximo ano mas que não chegará a ter 6 meses de duração; os sofismas que sustentam as atitudes do passado, mais ou menos recente, e do presente; a saída da recessão económica do ponto de vista técnico; o guiãozinho para a reforma de estado. Enfim, coisas bastante rubicundas!




 

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