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sábado, 7 de março de 2015

Os exemplos vêm sempre de cima


Pedro Passos Coelho (PPC) não contribuiu com descontos para a Segurança Social entre os anos de 1999 e 2004 enquanto foi trabalhador independente. A dívida prescreveu mas PPP decidiu efetuar o pagamento da mesma, não na altura em que tomou conhecimento do fato (2012) mas agora, após ser confrontado com a situação pelos jornalistas.    

Este é o acontecimento político da semana em Portugal.

Há momentos em que desejaria que em Portugal existisse pobreza e desemprego porque assim evitaríamos ser confrontados até à obscenidade com os inadimplementos de PPC.

Não estou surpreendido com o PPP. Estou defraudado porque a sua germanofilia não resistiu ao escrutínio do seu passado recente. Um passado de pouco mais de uma década. Se regressássemos à tua infância em Angola e em Trás-os-Montes e à sua migração para Lisboa, à sombra do partido, Angela Merkel enrubesceria de raiva. Até porque nestas coisas da germanofilia a autocrítica e o arrependimento não são levadas a sério, exceto em relação ao período entre 1939 e 1945.        

Os portugueses foram defraudados por um primeiro-ministro que aumentou os impostos, as contribuições para a SS e perseguiu moral e judicialmente os prevaricadores. Afinal de contas, não conhecia a lei e não pagou. Muitos portugueses não conheciam a lei e tiveram de pagar com juros de mora. A situação é, contudo, mais complexa: eu julgo que PPC só indagou junto da SS pela sua situação contributiva porque era primeiro-ministro e pagou o valor já prescrito pela mesma razão. Em suma, o primeiro-ministro tem agora uma razão fundada para defender a tese de que contribui para a sustentabilidade da SS.

Felizmente, todos os portugueses com dívidas prescritas à SS, sabendo da atitude de PPC, decidiram seguir-lhe o exemplo: na última semana a previsão para o saldo primário do orçamento teve de ser revista em alta. Indivíduos e empresas. Este episódio, demonstra como o exemplo vem sempre cima.    

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