Pedro Passos Coelho (PPC) não contribuiu com descontos para a Segurança
Social entre os anos de 1999 e 2004 enquanto foi trabalhador independente. A
dívida prescreveu mas PPP decidiu efetuar o pagamento da mesma, não na altura
em que tomou conhecimento do fato (2012) mas agora, após ser confrontado com a
situação pelos jornalistas.
Este é o acontecimento político da semana em Portugal.
Há momentos em que desejaria que em Portugal existisse pobreza e desemprego
porque assim evitaríamos ser confrontados até à obscenidade com os inadimplementos
de PPC.
Não estou surpreendido com o PPP. Estou defraudado porque a sua germanofilia
não resistiu ao escrutínio do seu passado recente. Um passado de pouco mais de
uma década. Se regressássemos à tua infância em Angola e em Trás-os-Montes e à
sua migração para Lisboa, à sombra do partido, Angela Merkel enrubesceria de
raiva. Até porque nestas coisas da germanofilia a autocrítica e o
arrependimento não são levadas a sério, exceto em relação ao período entre 1939
e 1945.
Os portugueses foram defraudados por um primeiro-ministro que aumentou os
impostos, as contribuições para a SS e perseguiu moral e judicialmente os
prevaricadores. Afinal de contas, não conhecia a lei e não pagou. Muitos
portugueses não conheciam a lei e tiveram de pagar com juros de mora. A situação
é, contudo, mais complexa: eu julgo que PPC só indagou junto da SS pela sua
situação contributiva porque era primeiro-ministro e pagou o valor já prescrito
pela mesma razão. Em suma, o primeiro-ministro tem agora uma razão fundada para
defender a tese de que contribui para a sustentabilidade da SS.
Felizmente, todos os portugueses com dívidas prescritas à SS, sabendo da
atitude de PPC, decidiram seguir-lhe o exemplo: na última semana a previsão
para o saldo primário do orçamento teve de ser revista em alta. Indivíduos e
empresas. Este episódio, demonstra como o exemplo vem sempre cima.
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