Na
Antiguidade clássica o mito era considerado como um produto inferior ou
deformado da atividade intelectual. Platão contrapõe o mito à verdade ou à
narrativa verdadeira. Aristóteles considera o mito como o primeiro degrau que conduz
à filosofia. O mito pretende compreender e tratar as mesmas questões que a filosofia
coloca (ex.: a génese do mundo; o fenómeno da vida; o sentido da existência
humana; a imortalidade; a necessidade, a liberdade), mas solucionando-as por
meios diferentes.
Os
mitos criados contudo, ajudam a explicar a realidade atual recorrendo a uma
imagética poderosa.
Teseu
derrotou o Minotauro no seu labirinto da ilha de Creta, situado mesmo por baixo
do palácio do rei Minos. O Minotauro era um instrumento de castigo para os infelizes
atenienses que lhe eram oferecidos como tributo pela vitória do rei Minos de
Creta sobre a cidade de Atenas.
No
labirinto que é a União Europeia a Alemanha é o minotauro: cruel com os outros
estados-membros e por sua vez, cruelmente aprisionado pelo juízo sobre a história
e a globalização.
Todos
os países da zona do euro são, potencialmente, atenienses colocados no labirinto
para usufruto do minotauro alemão. Foram lançados para o labirinto os atenienses
“gregos”, os atenienses “portugueses”, os atenienses “irlandeses” e os
atenienses “espanhóis”. Não irão ser usufruídos todos ao mesmo tempo nem da
mesma forma. O minotauro oferece ainda a possibilidade de disputarem, entre
eles, alternativas mais crónicas que podem passar por agradarem ao minotauro de
acordo com um menu difícil de preencher.
O
minotauro está convencido das vantagens de uma moeda forte para toda a zona do
euro pensando sobretudo, a partir do desejo compulsivo de exportar os seus
produtos sofisticados para o mundo inteiro.
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