As eleições foram a 29 de Setembro
de 2013: ganharam António Costa, a CDU, Rui Moreira e o PS, perderam Alberto
João Jardim, Pedro Passos Coelho, o PSD e Luís Filipe Menezes. As previsões que
anunciavam catástrofes pós eleitorais que cairiam sobre os partidos do governo
e sobre o primeiro-ministro, não aconteceram. Claro que este facto encontra
explicação em diversas circunstâncias e causas, cuja descrição nos vai entreter
em seguida:
- O revés eleitoral dos partidos do governo (PSD e CDS) não assumiu a dimensão que algumas análises previram;
- O crescimento eleitoral do PS não assumiu a grandeza necessária para antever a criação iminente de uma maioria de governo;
- As 8.ª e 9.ª avaliações da tróica estava a decorrer e, de forma consciente ou subconsciente, os portugueses, a classe política, os comentadores e analistas, a opinião pública, consideraram que o seu resultado seria mais importante do que os resultados eleitorais;
- De forma ainda mais profunda, do ponto de vista da ancoragem a nível da consciência, está a ideia segundo a qual as últimas avaliações da tróica são irrelevantes uma vez que, de uma forma ou de outra, os portugueses continuarão a pagar os juros devidos à insustentabilidade da dívida pública e, portanto, as medidas de austeridade chegarão, inevitavelmente, com os orçamentos da próxima década.
Falamos de um certo fatalismo, dos
fados de todos os tempos, da inevitabilidade de um destino. E uma das
consequências da crise que vivemos é a exacerbação deste fatalismo que nos
condiciona diariamente.
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