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sábado, 12 de outubro de 2013

Depois das eleições autárquicas



As eleições foram a 29 de Setembro de 2013: ganharam António Costa, a CDU, Rui Moreira e o PS, perderam Alberto João Jardim, Pedro Passos Coelho, o PSD e Luís Filipe Menezes. As previsões que anunciavam catástrofes pós eleitorais que cairiam sobre os partidos do governo e sobre o primeiro-ministro, não aconteceram. Claro que este facto encontra explicação em diversas circunstâncias e causas, cuja descrição nos vai entreter em seguida:

  1. O revés eleitoral dos partidos do governo (PSD e CDS) não assumiu a dimensão que algumas análises previram;
  2. O crescimento eleitoral do PS não assumiu a grandeza necessária para antever a criação iminente de uma maioria de governo;
  3. As 8.ª e 9.ª avaliações da tróica estava a decorrer e, de forma consciente ou subconsciente, os portugueses, a classe política, os comentadores e analistas, a opinião pública, consideraram que o seu resultado seria mais importante do que os resultados eleitorais;
  4. De forma ainda mais profunda, do ponto de vista da ancoragem a nível da consciência, está a ideia segundo a qual as últimas avaliações da tróica são irrelevantes uma vez que, de uma forma ou de outra, os portugueses continuarão a pagar os juros devidos à insustentabilidade da dívida pública e, portanto, as medidas de austeridade chegarão, inevitavelmente, com os orçamentos da próxima década. 
Falamos de um certo fatalismo, dos fados de todos os tempos, da inevitabilidade de um destino. E uma das consequências da crise que vivemos é a exacerbação deste fatalismo que nos condiciona diariamente.

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