Pesquisar neste blogue

domingo, 1 de setembro de 2013

O Fundo Monetário Internacional e a redução dos salários

Recentemente abriu-se mais uma pequena polémica (ou picardia político-literária) sobre um tema trazido pelo nosso processo de ajustamento económico e financeiro: a necessidade de reduzir os salários como forma de fazer diminuir a taxa de desemprego.

Baseando-se nos números disponibilizados pelo Governo (perdão, nas séries), o Fundo Monetário Internacional insiste na necessidade de continuar a reduzir a massa salarial dos portugueses.

Desta vez, não foi apenas a oposição que se empertigou na denúncia de tal opção. O Governo e os partidos que o apoiam também fizeram questão de vir verberar a mesma postura.

Pois bem, acho que não têm razão, os do Governo em rejeitarem a redução dos salários. E acho que têm razão os da oposição em rejeitarem a redução dos salários. E porquê tão insana contradição?

Pois bem, para quem segue uma orientação liberal na interpretação teórica e planeamento prático das medidas relacionadas com o ajustamento, a redução dos salários deverá continuar até que a taxa de desemprego se reduza substancialmente. Apesar da redução do número de desempregados que beneficiam de subsídio observada nos últimos 3 meses, o fenómeno está, ainda, longe de estar resolvido ou controlado.

Por outro lado, o próprio primeiro-ministro mostrou-se agastadamente contrariado, há alguns meses e em pleno Parlamento, pelo facto de se estar a discutir o aumento do salário mínimo quando aquilo que estaria mais correcto seria a sua diminuição. Aqui, o governante estava a ser consistente com as teses liberais de entendimento do fenómeno económico que tão acaloradamente tem defendido.

Claro que estamos às portas das eleições e é contraproducente defender uma redução de salários. Pelo contrário, será até bastante vantajoso mostrar uma certa valentia na relação com a troica. Vêem como lhes fazemos frente. Isto mudou: estamos num ciclo diferente!



Sem comentários: