A sociedade portuguesa está mergulhada nas consequências de um processo de ajustamento financeiro que se traduz na redução do rendimento disponível dos trabalhadores, no desemprego, no trabalho precário, na restrição das condições de acesso aos serviços públicos de educação, de saúde e de transportes.
As pessoas esperam que o pesadelo passe com brevidade e se esqueça de os intersectar, ou aos seus familiares. Para os trabalhadores do sector privado que não foram vítimas de processos de reestruturação, os despedimentos do sector público ocorrem do outro lado do muro, em terras de um “Estado que vive acima das suas possibilidades” e, na verdade, podem contribuir para que as consequências do processo de ajustamento sejam mais leves. Os tunantes sempre tiveram emprego garantido para a vida, não eram avaliados, trabalhavam menos horas por semana que, aliás, não cumpriam na totalidade devido ao laxismo habitual das instituições públicas. Tinham ainda mais dias de férias e reformas bem mais confortáveis para usufruir na velhice. E, não contentes, mantinham (e mantêm) um sistema de saúde próprio.
A culpa desta crise, a crise do “Estado que vive acima das suas possibilidades”, é dos funcionários públicos. E dos reformados. Temos de ser criteriosos na distribuição das culpas. Não é por nada, é porque depois não temos um universo de rendimentos de classe média suficientemente largo que permita corrigir o défice e a dívida pública.
Portanto, o país não é competitivo na urdidura da globalização porque tem funcionários públicos a mais e ociosos e porque os reformados em Portugal são generosamente retribuídos. Há mais causas que justificam o nosso fracasso global mas estas são, sem a mais pequena dúvida, as duas causas demiúrgicas. E são demiúrgicas porque assim foram declaradas como tal pelo Fundo Monetário Internacional, pela troica, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, pelo governo de Portugal, pelo Eurogrupo, pelo António Borges e pelo Camilo Lourenço.
As pessoas esperam que o pesadelo passe com brevidade e se esqueça de os intersectar, ou aos seus familiares. Para os trabalhadores do sector privado que não foram vítimas de processos de reestruturação, os despedimentos do sector público ocorrem do outro lado do muro, em terras de um “Estado que vive acima das suas possibilidades” e, na verdade, podem contribuir para que as consequências do processo de ajustamento sejam mais leves. Os tunantes sempre tiveram emprego garantido para a vida, não eram avaliados, trabalhavam menos horas por semana que, aliás, não cumpriam na totalidade devido ao laxismo habitual das instituições públicas. Tinham ainda mais dias de férias e reformas bem mais confortáveis para usufruir na velhice. E, não contentes, mantinham (e mantêm) um sistema de saúde próprio.
A culpa desta crise, a crise do “Estado que vive acima das suas possibilidades”, é dos funcionários públicos. E dos reformados. Temos de ser criteriosos na distribuição das culpas. Não é por nada, é porque depois não temos um universo de rendimentos de classe média suficientemente largo que permita corrigir o défice e a dívida pública.
Portanto, o país não é competitivo na urdidura da globalização porque tem funcionários públicos a mais e ociosos e porque os reformados em Portugal são generosamente retribuídos. Há mais causas que justificam o nosso fracasso global mas estas são, sem a mais pequena dúvida, as duas causas demiúrgicas. E são demiúrgicas porque assim foram declaradas como tal pelo Fundo Monetário Internacional, pela troica, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, pelo governo de Portugal, pelo Eurogrupo, pelo António Borges e pelo Camilo Lourenço.
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