A Orquestra do Conservatório Nacional (OCN) e o Coro Geral da Escola de Música do Conservatório Nacional (EMCN) interpretaram hoje, na Igreja de Santa Catarina em Lisboa, o Requiem de Inês de Castro de Pedro Macedo Camacho.
Os jovens da OCN e do Coro da EMCN desceram as ruas do Bairro Alto em direcção à Calçada do Combro onde fica a Igreja de Santa Catarina (também chamada Igreja dos Paulistas).
Uma arquitectura inesperada é instilada de súbito no nosso campo de visão depois de deixarmos a ingremidade da rua. É barroco do século XVII. No interior sobressai a talha dourada de que é feito também o orgão.
Antes do espectáculo era possível ver turistas escoltados por guias que explicavam os detalhes do templo, indiferentes às pessoas que se acumulavam nos bancos envelhecidos. As famílias vêem sempre. Presumo que alguns espectadores atraídos pelo interpretação do Requiem de Inês de Castro e mais alguns turistas se dispunham, também, da forma mais conveniente para serem surpreendidos.
No interior do nosso património ouvem-se agora as vozes dos jovens cantores e os sons retirados aos instrumentos pelos violinistas, violoncelistas, harpistas, oboístas ou flautistas. E a harmonia atribuível à música protege-nos a todos do exterior desarmónico e cinzento.
Entre os primeiros violinos estava a Rita. Concentrada, evitava de forma definitiva encarar o público que enchia a igreja.
Em 1647, ano em que foi inaugurada a Igreja de Santa Catarina, a Guerra dos Trinta Anos estava a chegar ao fim. Portugal tinha recuperado a independência em relação a Espanha havia sete anos e reinava o rei D. João IV.
Hoje, no dia 25 de Maio de 2013, ouvimos a OCN e o Coro da EMCN tocar Mozart na primeira parte do concerto (que ainda não tinha nascido quando a Igreja foi aberta ao culto) e Pedro Machado Camacho, na segunda parte.
As tragédias portuguesas sempre foram absorventes da criação literária e musical, e a de Inês de Castro não fugiu a essa regra.
O Requiem de Inês de Castro faz recuar muito no tempo, muito para além do ano da inauguração da Igreja de Santa Catarina. São os primórdios de Portugal. Um povo acontonado no extremo ocidental da Europa onde um destino marítimo começava a descobrir-se inevitável.
Hoje o nosso destino também esteve nesta igreja. Nos jovens que tocam e cantam de forma comprometida com a música.
Nave e altar-mor da Igreja de Santa Catarina, Lisboa |
No interior do nosso património ouvem-se agora as vozes dos jovens cantores e os sons retirados aos instrumentos pelos violinistas, violoncelistas, harpistas, oboístas ou flautistas. E a harmonia atribuível à música protege-nos a todos do exterior desarmónico e cinzento.
Entre os primeiros violinos estava a Rita. Concentrada, evitava de forma definitiva encarar o público que enchia a igreja.
Orgão em talha dourada da Igreja de Santa Catarina, Lisboa |
Hoje, no dia 25 de Maio de 2013, ouvimos a OCN e o Coro da EMCN tocar Mozart na primeira parte do concerto (que ainda não tinha nascido quando a Igreja foi aberta ao culto) e Pedro Machado Camacho, na segunda parte.
As tragédias portuguesas sempre foram absorventes da criação literária e musical, e a de Inês de Castro não fugiu a essa regra.
O Requiem de Inês de Castro faz recuar muito no tempo, muito para além do ano da inauguração da Igreja de Santa Catarina. São os primórdios de Portugal. Um povo acontonado no extremo ocidental da Europa onde um destino marítimo começava a descobrir-se inevitável.
Hoje o nosso destino também esteve nesta igreja. Nos jovens que tocam e cantam de forma comprometida com a música.
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