Em Portugal a austeridade entrou no vocabulário do dia-a-dia. A dita imiscuiu-se nos diálogos dos cafés, das estações de metro ou das interrupções lectivas. Os políticos e os comentadores dos políticos, eles próprios candidatos a políticos, ex-políticos ou políticos frustrados, descobrem todos os dias coisas para dizer sobre a austeridade.
As pessoas perderam a independência da decisão porque todas julgam e são julgadas do ponto de vista da austeridade. No conforto dos sofás observando com mediano compromisso as discussões intermináveis dos especialistas, todos ficamos interessados em conhecer a austeridade.
Depois passamos a ter portugueses a vender a sua força de trabalho em troca de alimentos, isto é, uma austeridade baseada numa relação de servidão. A austeridade colocou as pessoas no desemprego. Diz-se que estes trabalhadores agora sem trabalho já estavam realmente desempregados mas desconheciam essa realidade.
A austeridade reduziu o rendimento disponível dos trabalhadores. Na verdade muitos analistas consideram que estes trabalhadores, na maior parte endividados, estavam a viver numa irrealidade por culpa própria e, consequentemente, são agora vítimas electivas da austeridade.
Mas o que é a austeridade? reduções nos salários e despedimentos dos funcionários públicos, aumento de impostos directos e indirectos, diminuição dos benefícios sociais como o subsídio de desemprego, o subsídio de doença ou o rendimento mínimo de inserção. A austeridade é a resposta ao endividamento generalizado do Estado, das empresas e das pessoas. É preciso pagar as dívidas do Estado e resgatar os bancos na bancarrota.
A austeridade é um instrumento para redução da dívida, seja pública, seja privada, independentemente de quem a contraiu ou estabeleceu as condições para que fosse constituída.
A austeridade é um instrumento para redução da dívida, seja pública, seja privada, independentemente de quem a contraiu ou estabeleceu as condições para que fosse constituída.
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