Em protestos focais e perante intervenções públicas de membros do Governo, têm surgido grupos de estudantes, desempregados, reformados, pessoas, que cantam a Grândola, Vila Morena.
A propósito surgiram mesmo alguns neologismos (as grandoladas, o grandolar) que deram às costas do insuspeito Finantial Times. Até nos acharam piada. Somos um povo que não provoca desacatos violentos, não incendeia automóveis ou reservatórios de lixo na via pública, não destrói a propriedade privada de forma sistemática. Somos uns patuscos com imaginação. Até antevejo uma oportunidade de negócio: agências de viagens dedicadas ao segmento dos turistas de aventura que pretendem conhecer os países do ajustamento sem colocar demasiado em risco a própria segurança. A nossa tão apregoada sorte está a voltar.
A Grândola, Vila Morena saiu de novo à rua. É épico. É bonito. Eles merecem. Eles, os políticos que estão no poder, os revolucionários de hoje, aqueles que querem mitigar a perda de produtividade do capital à custa da diminuição do nível de vida dos cidadãos.
Mas não creio que seja suficiente cantar a Grândola, Vila Morena. É preciso cantar outras canções, diversificá-las, mudar-lhes o ritmo, o compasso. Reinventar a intervenção pública. Surpreender pela imaginação, tomar a dianteira na inovação.
E, na verdade, existem momentos e locais em que cantar a Grândola, Vila Morena, significa uma profanação da canção. Poupemos os nossos símbolos mais profundos às misérias do género humano.
A propósito surgiram mesmo alguns neologismos (as grandoladas, o grandolar) que deram às costas do insuspeito Finantial Times. Até nos acharam piada. Somos um povo que não provoca desacatos violentos, não incendeia automóveis ou reservatórios de lixo na via pública, não destrói a propriedade privada de forma sistemática. Somos uns patuscos com imaginação. Até antevejo uma oportunidade de negócio: agências de viagens dedicadas ao segmento dos turistas de aventura que pretendem conhecer os países do ajustamento sem colocar demasiado em risco a própria segurança. A nossa tão apregoada sorte está a voltar.
A Grândola, Vila Morena saiu de novo à rua. É épico. É bonito. Eles merecem. Eles, os políticos que estão no poder, os revolucionários de hoje, aqueles que querem mitigar a perda de produtividade do capital à custa da diminuição do nível de vida dos cidadãos.
Mas não creio que seja suficiente cantar a Grândola, Vila Morena. É preciso cantar outras canções, diversificá-las, mudar-lhes o ritmo, o compasso. Reinventar a intervenção pública. Surpreender pela imaginação, tomar a dianteira na inovação.
E, na verdade, existem momentos e locais em que cantar a Grândola, Vila Morena, significa uma profanação da canção. Poupemos os nossos símbolos mais profundos às misérias do género humano.
Sem comentários:
Enviar um comentário