O Grupo Espírito Santo despenhou-se com estrondo, arrastando o Banco Espírito Santo na perdição; altos funcionários da administração pública foram indiciados como autores de crimes de branqueamento de capitais e corrupção; um ex-primeiro ministro está em prisão preventiva pela suspeita de crimes semelhantes.
De supetão, o país pós-tróica ficou mergulhado numa perspectiva criminal da vida política. E, de forma espontânea, a direita construiu uma narrativa elegante sobre o tema. A sociedade portuguesa está a expurgar os elementos velhos e decadentes (pessoas, instituições) que conduziram o país à ruína, a saber: José Sócrates e o seu neo-keynesianismo serôdio, o banco do(s) regime(s) que se prestou a apoiar as mais variadas empresas de todos os sectores da economia, supostamente sem qualquer viabilidade financeira, e as parcerias público-privadas das auto-estradas e das barragens.
Existia um capitalismo mau representado pelas empresas de construção civil e obras públicas e um grupo de empresas financeiras e não financeiras que viviam à sombra de um banco que injectava dinheiro na economia, criando dívida sobre dívida. Este capitalismo está a morrer com estertor e
Por fim, existe um partido, o partido socialista, que levou Portugal à beira da ruína, que criou as condições para a intervenção da tróica e cujo posicionamento político dependeu de compromissos extensos com aquele capitalismo, o capitalismo da dívida.
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