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terça-feira, 2 de abril de 2013

O mês de Abril de 2013

A política suspendeu a respiração. As pessoas não deram por isso, acham apenas que "isto está mau, nunca esteve pior". Mas pode ficar muito pior. Ou então, em alternativa, fica mesmo muito pior.

O Tribunal Constitucional está a demorar o tempo necessário para resolver os problemas e não a emitir uma opinião sobre a constitucionalidade das dezasseis alíneas da proposta de orçamento para 2013 que foram objecto de pedido de fiscalização. Assim, é de esperar que o acordão inclua como anexo o plano B que o governo diz não ter previsto para fazer face ao chumbo de algumas das normas.

De um governo especialista no exercício da vitimização é de esperar que se demita se a decisão do Tribunal Constitucional for demasiado abrangente. Tal como é de esperar deste Governo que liberte informação classificada para os jornais a ameaçar que se demite. É a política do jogo de sombras. 

Até acho que as pressões sobre o Tribunal Constitucional são justificáveis. Afinal, temos o país dependente do acordão. O Governo não governa, a oposição tem de fazer uma grande ginástica mental para antecipar as futuras movimentações da política portuguesa, o presidente suspende os batimentos cardíacos desejando não ser humilhado na sua intenção.         

É sempre tentador construir cenários. Tomando o horizonte do mês de Abril de 2013 em perspectiva, convergem neste período vários acontecimentos: moção de censura do PS na Assembleia da República, decisão do Tribunal Constitucional sobre o orçamento, libertação da tranche financeira pós 7.º exame regular da troika, negociação das maturidades dos empréstimos até 2016, ida ao mercado para emissão de dívida a 10 anos, calendarização dos cortes da despesa do Estado de forma a cumprir os cortes exigidos pela troika (5,6 mil milhões de euros) e os resultados das contas públicas referentes ao 1.º trimestre.

Este, será um mês de Abril turbulento. O país está suspenso.          

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