Ninguém analisa numa base diária o encontro de acontecimentos em que participou directamente, ou em relação aos quais foi expectador passivo. Não há tempo disponível para a evocação, quanto mais para o exercício sistemático de análise.
Paremos o relógio um instante. Quantos dados científicos foram discutidos em pequenos grupos gerados de forma espontânea? Quantas políticas de saúde foram desconstruídas no discurso entre amigos sentados numa mesa de café? Quantos afectos foram tornados disformes entre frases pobres? Quantas relações de respeito foram tornadas obsoletas? E quantas imagens foram divididas em pequenos fragmentos por frases patéticas? Quantas histórias definitivas foram sendo construídas através de palavras ou parágrafos curtos?
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