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sexta-feira, 26 de abril de 2019

O dia 25 de abril de 2019

Há 45 anos, a madrugada acordou cedo. Portugal estava atrasado para a História. Separação com meio século. Uma tragédia.

Em 25 de abril de 1974, os capitães encontraram repentinamente o povo nas avenidas, nas ruas, nas esquinas, nas praças. Os poemas, as canções, as fotografias e os filmes registaram um momento sublime. Foi o fim da Segunda Guerra Mundial num país que não participou no conflito. Tinha a sua guerra particular, em África, a guerra colonial.

Naquele dia, Portugal pontuou a História da Europa: fomos admirados por breves instantes e iniciámos o pouco provável exercício da democracia. A Grécia seguir-se-ia e derrubaria a ditadura dos coronéis em julho de 1974.   

A sociedade portuguesa discute, atualmente, a consagração das parcerias público-privadas na nova proposta de Lei de Bases da Saúde. Os partidos do centro-direita e o Presidente da República, a favor; o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda, contra; o Partido Socialista e o Governo a discutirem o assunto em função da tática política.

O Presidente da República iniciou uma visita à República Popular da China. Em 25 de abril de 1974, a China inspirava os movimentos maoístas da oposição e, lonqinquamente, emergia da Revolução Cultural. Hoje, começa a cimeira económica "Uma Faixa, Uma Rota", que pretende impulsionar a força estratégica da China no cenário mundial.

Em 25 de abril de 1974, Moçambique era uma das colónias africanas em guerra com a metrópole. Ontem, o ciclone tropical Kenneth começou a atravessar a província de Cabo Delgado, reiniciando o ciclo de destruição das infraestruturas e de vidas do ciclone Idai, que atingiu a Beira em março deste ano. O aquecimento global parece estar a contribuir para a ocorrência destes fenómenos meteorológicos extremos.

Há 45 anos estávamos em plena Guerra Fria. Portugal era membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN/NATO). E continua membro de pleno direito, com participação ativa em missões militares no Kosovo, na Somália ou na República Centro-Africana.   

Duarte Lima, antigo líder parlamentar do Partiso Social-Democrata, entregou-se hoje na cadeia de Caxias, para cumprir pena de prisão por burla praticada contra o Banco Português de Negócios. 

Portugal é uma democracia.    
   

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