No dia 21 de Dezembro de 2018, Portugal teve a sua manifestação dos coletes amarelos.
As pessoas, sobretudo nas zonas urbanas, estavam receosas: iriam incumprir os deveres profissionais nas vésperas de um curto período de férias e a preparação das Festas Natalícias estava ameaçada.
A realidade efetiva era que, às greves (enfermeiros; ferroviários; estivadores) e aos boicotes (magistrados, bombeiros), juntavam-se agora os protestos inorgânicos.
Os partidos, os movimentos políticos e os sindicatos colocaram-se a uma distância atenta, excepto a extrema-direita.
Jornalistas, comentadores, políticos e governantes declararam o fracasso da iniciativa. As evidências públicas e publicitadas eram esmagadoras.
Porque fracassaram os coletes amarelos portugueses? Porque não tinham uma organização, para além da disponibilizada pelas redes sociais, porque não existia um acontecimento recente e com impacto emocional que desencadeasse o levantamento popular, porque os portugueses já viveram pior em tempos recentes, porque as pessoas com experiência em movimentos semelhantes se afastaram.
Mas os motivos que podem fazer eclodir este tipo de movimentos existem na sociedade portuguesa e as condições objectivas e subjectivas podem juntar-se de forma súbita e inesperada.
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