O governo de Portugal é suportado por um acordo improvável entre o
ps, o pcp, o be e o pev. A esquerda está feliz: expulsou a nefanda coligação da
direita e vingou-se de Cavaco. Cavaco insiste que ainda tem capacidade para
assombrar a vida política e a vida de António Costa. As ameaças dos personagens
em estertor não são vãs.
Com o novo governo criou-se uma dinâmica nova na vida política
portuguesa.
O governo está alojado na esquerda do denominado arco da
governação (ps, psd, cds/pp) e, portanto, esta construção do pós-25 de novembro
de 1975 persistirá, ainda, na sociedade portuguesa.
As políticas financeiras já perderam em relação às políticas
económicas e o novo ministro das finanças fala mais de macroeconomia que de
finanças públicas. O foco de Mário Centeno é bem distinto do foco de Vitor
Gaspar. Novo ambiente na Europa e novo olhar para Portugal.
No resto, temos ministros e secretários de estado vindos do centro
político, alguns com marca evidente dos governos de José Sócrates, outros com
ausência completa de experiência política a tentar surpreender os grupos de
pressão e os interesses do costume (educação, justiça).
Quando o governo apresentar o seu programa na Assembleia da
República assumirá a tentativa de resolução de pelo menos quatro questões fundamentais:
a privatização da TAP, a venda do Novo Banco, a disponibilidade de médicos para
o atendimento de urgência durante as festividades do Natal e, a mais importante
de todas, a aprovação do orçamento do Estado.
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