José Sócrates foi detido. Está acusado de branqueamento de capitais, fraude fiscal e corrupção. Passou a noite de 21 para 22 de Novembro nas instalações da polícia de segurança pública de Moscavide. E passará a noite de 22 para 23 no mesmo local.
O ps tem desde hoje, formalmente, um novo secretário-geral, António Costa. E no próximo fim-de-semana decorrerá o último congresso do partido antes das eleições legislativas de Setembro de 2015.
A relevância dos acontecimentos históricos decorre das consequências que têm para a vida das pessoas, neste caso, dos portugueses. Vou alinhavar algumas opiniões:
1. O “caso José Sócrates” teve início quando tomou posse, pela primeira vez, como 1.º ministro. Assumiu as variantes “Freeport”, “Universidade Independente”, “Face Oculta”, para referir aqueles que são mais mediáticos. Agora, Sócrates foi, finalmente, detido. É verdade que foi ele e mais três pessoas mas todas ligadas de forma muito directa a ele. Assim, estamos mesmo perante o “caso José Sócrates”.
2. Portugal é uma democracia ocidental e o princípio da separação de poderes é uma das marcas de água do seu ordenamento jurídico. Desta forma, o poder judicial deve ter toda a liberdade para inquirir, investigar e condenar aqueles que violaram a lei. Se José Sócrates violou a lei deverá ser condenado. E nem a forma como a polícia o deteve no aeroporto pode apagar esta convicção. Não pode haver dúvidas sobre este ponto.
3. Não devemos considerar José Sócrates culpado. Ainda não foi julgado e condenado. Se a justiça errou e o processo não conduzir à sua condenação, não devemos considerar esta situação um atentado ao estado de direito. Mas será uma situação grave.
4. Grave para Portugal será que José Sócrates seja condenado e que José Sócrates não seja condenado. Nas duas situações o povo português sairá a perder. Mas em qualquer delas também sairá a ganhar: ninguém está acima da lei. Tudo isto só será possível se o sistema judicial e as polícias funcionarem bem. Funcionar bem quer dizer colocarem a procura da verdade e a competência acima de tudo o resto.
5. José Sócrates é um homem de convicções. Espero que demonstre esta característica neste momento em que, mais do que em qualquer outra situação, está a contas com a ética e a história. Foi neste confronto com a história, em situações limite, que muitos líderes se perderam.
6. José Sócrates tem coragem, já o demonstrou. Também para enfrentar a história e os demónios que todos temos é preciso coragem.
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