A solidariedade praticada pelos portugueses desde o início da crise económica e financeira conseguiu debelar essa doença endémica, a pobreza. A falta do necessário à vida ameaçava tornar a existência de muitos portugueses um longo intervalo sem fim à vista.
Todavia, a mobilização da "sociedade civil", também denominada alegoricamente as "forças vivas", veio em socorro dos mais necessitados, eslingando-os para fora da pobreza.
Ao fim e ao cabo, os pobres desta crise a saber, os desempregados, os sobreendividados, os pobres doentes, os pobres incautos, os pobres atávicos e os pobres do acaso, foram resgatados pelo banco alimentar e por outras organizações de solidariedade social.
Munidos de uma certeza consciente, os "bancos alimentares" resolveram o problema que muitos teóricos da economia e praticantes da política não tinham sequer conseguido mitigar.
Os desempregados arranjaram emprego e prescindiram do subsídio.
Os sobreendividados reestruturaram as suas dívidas.
Os pobres cuja doença, física ou psicológica, não os deixava montar o ascensor social ficaram capazes de subir toda e qualquer escada.
Os incautos aprenderam a interpretar os ciclos económicos.
Os atávicos aprenderam a diferença entre trabalhar e conquistar.
Os pobres do acaso aprenderam a jogar a roleta russa.
Não foi a escola, não foram os serviços de saúde, não foram os governos, nem tão pouco o tribunal constitucional. Foram os "bancos alimentares" que acabaram com os pobres em Portugal.
Não foi a escola, não foram os serviços de saúde, não foram os governos, nem tão pouco o tribunal constitucional. Foram os "bancos alimentares" que acabaram com os pobres em Portugal.
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