“As ondas que a maré conta
Ninguém as pode contar.
Se, ao passar, ninguém te aponta,
Aponta-te com o olhar.”
Fernando Pessoa
“(...)
Inutilmente parecemos grandes.
Salvo nós nada pelo mundo fora
Nos saúda a grandeza
Nem sem querer nos serve.
Se aqui, à beira-mar, o meu indício
Na areia o mar com ondas três o apaga,
Que fará na alta praia
Em que o mar é o Tempo?”
Antes de Nós – Fernando Pessoa
“Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.”
Liberdade – Sophia de Mello Breyner
Os poetas e os prosadores, os pintores e os escultores, os músicos e os estetas, sentaram-se muitas vezes nas areias das praias, olhando as ondas do mar e procurando inspiração. Por vezes, não estavam lá. Estavam dentro de uma imagem da sua imaginação.
Mas as ondas do mar têm um valor literário cada vez mais reduzido. Não inspiram creatividade nem estimulam a imaginação
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