A J. faz hoje 6 anos. Lembro-me do ano e do dia em que nasceu. Todos nos lembramos. Alguns já tinham incorporado a tragédia na serenidade das suas vidas. Chama-se a isso, a sobrevivência. Dizia-se de forma enfatuada que a civilização ocidental iria mudar o seu paradigma. Temos de reconhecer que a história recomeçou. A J. ainda não sabe, mas a sua participação vai ser fundamental. Ou será que já se apercebeu?
No ano em que a J. nasceu, as esperanças do mundo voltaram-se para todas as crianças, que como ela, viram a luz do dia. E a responsabilidade ficou connosco: temos de tratar dos conflitos armados, da desigualdade na distribuição das riquezas e dos recursos, dos sistemas judiciais injustos, do aquecimento global, do apagamento das paisagens naturais, da desintegração étnica. A J. vai pedir-nos contas no futuro.
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