Mário Soares morreu
hoje que é o dia 7 de Janeiro de 2017. Um dia de Inverno com um sol completo. Um
sol de Lisboa.
Nunca
foi uma figura política consensual: muitos de entre nós, os portugueses,
concordaram com Mário Soares, quase nenhum sempre, muitos discordaram, também
muitos o defenderam, outros tantos o vituperaram. Esta é a melhor homenagem que
podemos dirigir a um democrata.
Neste
dia de Inverno com um sol completo, Portugal perdeu um estadista, alguém que
pensou um futuro diferente para o país atrasado, analfabeto e marginalizado dos
anos sessenta.
Que
depois acreditou na democracia representativa parlamentar e no fim da presença
colonial em África.
Um
político que acreditou no projecto da integração europeia mas desconfiou da
denominada terceira via da social democracia e do socialismo europeus. Um
político que denunciou a agressividade do neo-liberalismo na fase atual do capitalismo
mundial.
Um
homem muito imperfeito, com um comprometimento inabalável com a liberdade e com um gosto enorme por Portugal e pela vida.
Faltará, a partir de agora em Portugal, a voz irreverente e desafiadora de Mário Soares.
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