Nunca me imaginaria a escrever sobre John Edgar Hoover, mesmo que duas ou três palavras. Filme visto num sábado à noite. Explicada a estória à Teresa e à Rita, escorreguei na cadeira e desconfiei. A interpretação é paradoxal com o personagem histórico. Um homem que atravessa o século XX americano disseminando uma paranóia entre as esquinas dos acontecimentos. Aqueles acontecimentos até parecem verdadeiros, mas alguns são apenas uma projecção maquiavélica de uma pessoa com uma emocionalidade reprimida. O filme é um jogo de factos e sugestões, de ambiguidades e afirmações. Interpreta bem o pensamento, mas vive acima de tudo de um actor maior que o personagem. J. Edgar tem de agradecer a Leonardo Dicaprio. Este foi para ele a remissão dos pecados e a absolvição da história.
Quando se aplica o inelutável envelhecimento, surge Nixon. E surge a vitória definitiva de J. Edgar. Nada do que este defendeu é suficiente para atingir a proposta de Nixon. Estavam frente a frente. Nenhum queria a história tal como ela pode ser escrita. Ambos queriam a sua história. Porque ambos sabiam que para pessoas como eles, nada resta senão a imagem do que fica. Defendem ambos a América. Aquela América que surgirá quando começar a desaparecer. Isto é, agora.
Quando se aplica o inelutável envelhecimento, surge Nixon. E surge a vitória definitiva de J. Edgar. Nada do que este defendeu é suficiente para atingir a proposta de Nixon. Estavam frente a frente. Nenhum queria a história tal como ela pode ser escrita. Ambos queriam a sua história. Porque ambos sabiam que para pessoas como eles, nada resta senão a imagem do que fica. Defendem ambos a América. Aquela América que surgirá quando começar a desaparecer. Isto é, agora.
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