Pesquisar neste blogue

sábado, 10 de dezembro de 2011

As estórias da História

Em momentos em que a História parece ter sido escrita de forma errada, surge a necessidade de olhar para trás (por vezes, por cima do ombro) e encontrar os culpados pela narrativa escrita de forma incorrecta.
Repare-se como alguns dizem que o pior foram os últimos três anos da governação de José Sócrates, enquanto outros pretendem exorcizar por inteiro os dois governos do engenheiro. Mais analíticos, alguns historiadores reclamam a falência das políticas dos últimos 15 anos, como aproximação à entrada na moeda única e à partilha de poder entre PS e PSD (este é desvantagem).
Ainda outros, definem a entrada na antiga Comunidade Económica Europeia como a raiz de todos os males. Bom, e o 25 de Abril também não pode ficar isento de culpa, alargando o período para trinta e cinco anos e espalhando de forma indelével a culpa por um grupo maior de responsáveis.

O Estado Novo fica como que isento. Afinal, as contas públicas estavam equilibradas e portanto, o pecado actual não se verificava. Mas a República, não. A ignorância faz aproximar a agitação política da bancarrota financeira, que só se verificou após a 1.ª Guerra Mundial. Já a monarquia terminou mal. E vinha assim desde D. Pedro V que constituiu um fugaz sortilégio.

E este exercício de distribuição científica da responsabilidade é passível de continuar até 1143. Não sejamos ingénuos: a nossa voracidade como povo levar-nos-á muito mais longe, aos romanos, ascendentes destes italianos que ameaçam implodir o euro e, simultaneamente, conduzir-nos-á, à meritória medida de limitarmos o limite da dívida pública na Constituição da República ou em lei de valor reforçado.

Sem comentários: