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sexta-feira, 25 de abril de 2008

Reencontros III

"Faz amor com as tuas convicções...", diz o poeta. E exige um novo canto. Aquele canto que é partilhado com os outros. "A dor ajuda a medir a felicidade...". Acrescenta o poeta, que canta e faz cantar. Assim fala o Joaquim Pessoa. Mas a Amélia dos olhos doces é intransponível. O mundo para aqui mesmo ao lado. Mesmo que existam outros momentos de glória, não têm qualquer importância. E as ruas da minha cidade amanhecem a firmeza de uma ponte entre a saudade e um Abril à portuguesa. As ruas da minha cidade fazem-me sofrer em cada instante. Porque as nossas pequenas paixões morrem todos os dias perante a grandeza dos momentos únicos que vivemos. Irrepetíveis. A grandeza dos justos, dos cravos da eternidade e dos olhos puros.
As lanternas do vento de Álcacer aconteceram naqueles verdes anos e morreram para sempre. Nem consigo fazê-los herdar. É a memória das "dobras do ciúme" de nunca mais as viver. As flores da sepultura são verdes como a loucura. E portanto ficámos sem direito a ser loucos ou cegos. E assistência pode cantar sem ferir o meu pensamento.
Os campos da minha terra já florescem como antigamente. Devia ter fotografado aqueles instantes para ter sempre uma razão para continuar.

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