Tenho-me interrogado sobre o comportamento das pessoas na praia. Devo confessar que obtenho argumentos confortáveis para justificar os banhos de mar, a exposição demorada e planeada ao Sol, o estacionamento pago no bar da praia ou a prática das diversas actividades desportivas adequadas a este ambiente específico.
Mas este ano sofro de uma síndrome que me tem deixado intrigado: entendo a opção individual e dos grupos, mas não consigo penetrar na sua valorização afectiva. Trata-se de uma espécie de dissociação do fenómeno em duas faces: a explicação e a emoção. Moderando aquela tendência tão portuguesa do dramatismo da ocasião, talvez fosse mais ajustado afirmar que a praia não tem conotação afectiva.
As crianças retiram um prazer especial de brincar à beira-mar, com bola, sem bola, com imaginação ou divagando através de gestos anárquicos. Sinto inveja do seu contentamento. A alegria é de facto, um bem único e precioso.
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