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sexta-feira, 10 de agosto de 2007

A praia

A praia é um lugar profundamente democrático. Mais democrático que a maior parte dos espaços públicos. Aqueles comportamentos inibitórios que nos tolhem os movimentos no dia-a-dia tornam-se dispensáveis e até caricatos.
Ninguém pensaria em acariciar o ventre durante uma reunião, mesmo que informal, mas na praia os gestos de auto-consolo são frequentes.
Os pais são mais transparentes no convívio com os filhos: estavam mesmo a merecer uma admoestação pública bem gritada. O barulho das ondas deve apagar o impacto nos circunstantes, devem pensar.
Os homens e as mulheres entreolham-se mais frequentemente na procura do traço apreciado. Também demoram mais tempo: esperam pelo olhar do outro, suportam a investida e quando em vez, encontram-se. O encontro também é mais espontâneo: porque efémero ou transitório.
A praia é um lugar de lazer, democrático.