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segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

James, Bond

A sensação da imortalidade é boa. Ainda que seja vivida por outros. Mitificada. Pré-figurada.
É bom saber que as derrocadas dos prédios mais antigos da cidade de Veneza não danificam os calcanhares dos heróis.
Que as explosões das misturas químicas mais recentes não derretem as estruturas tecidulares dos agentes secretos.
É confortante tomar conhecimento de que os heróis podem, numa situação extrema entenda-se (e com os devidos motivos), deixar-se tentar pela paixão. Ou dito de outra forma, os heróis reconhecem que a sua missão é impossível: não faz sentido mudar o mundo.
O dramático da questão é que a eleita morre, afinal era uma traidora.
E a imortalidade é retomada. Porque os homens querem ser imortais desde há milénios.
E os agentes secretos têm uma missão acima de todas as paixões. Todos desculpamos o morticínio que os heróis provocam à sua volta. Porque são feitos em nome de uma causa que entendemos como justa. A perspectiva maniqueísta é mais cómoda.
A paixão dos heróis também é maniqueísta: vive ou morre. Não se deixa contaminar com as mundanidade das pequenas coisas.
Já agora James: tens de aperfeiçoar a técnica do salvamento debaixo de água e do suporte básico de vida. Caso contrário, ficas herói para sempre.