... A actividade política contemporânea não é lúdica. Não é comprometida ideologicamente. Está orientada para o possível. O que, em si mesmo, é mais provável. Mário Soares teve durante a 1.ª parte do debate de ontem (Soares vs Cavaco) um comportamento atípico: intuitivo, desafiador, propositadamente inconveniente.
Não sei se vai ganhar as eleições (provavelmente não ganhará). Tenho dúvidas que seja a melhor opção para o cargo (embora no relativismo dos candidatos a resposta possa ser afirmativa). Não é coerente nas afirmações. Não tem a cultura geral que pretende ter (terá uma grande cultura política, no sentido republicano do termo). Diz que percebe de economia (preferia que dissesse o contrário). Cria fantasmas e alimenta-os (Cavaco como presidente traria uma crise política grave).
Mas não tenho dúvidas que é das últimas personalidades políticas com interesse no mundo actual. E não tenho dúvidas em integrá-lo nesta perspectiva global. É contraditório, futurista, plástico, corajoso perante a História, aberto às ideias e à imprevisibilidade das sociedades contemporâneas. E diverte-se com tudo isto...
1 comentário:
Na prática... não há melhor. Pelo menos disponível...
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