"A natureza humana, tal como é a mesma em todo o lado, também é reconhecidamente a mesma que existiu no passado. Uma peça de Shakespeare é sobre motivos, dificuldades, sentimentos e personalidades que nos são instantaneamente familiares. A linguagem bombástica de Falstaff, a astúcia de Iago, o ciúme de Leonte, a força de Rosalind e o embaraço de Malvolio não se alteraram em quatrocentos anos. Shaskespeare escreveu sobre a mesma natureza humana que hoje conhecemos. Apenas o seu vocabulário envelheceu. Quando vejo António e Cleópatra, estou a ver uma interpretação com quatrocentos anos de uma história com dois mil anos. No entanto, nunca me ocorre que nessa altura o amor era diferente do que é hoje em dia. Não é necessário explicarem-me porque é que Marco António cai sob o feitiço de uma mulher bela. Ao longo do tempo, tal como através do espaço, os fundamentos da nossa natureza são universalmente e idiossincraticamente humanos."
in the Red Queen: Sex and the Evolution of Human Nature. Matt Ridley, 1993.
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